quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Estratégia de marketing: qual o verdadeiro poder de uma vitrine sobre a mulher?

 


 

Administradores

  


Quando falamos sobre "consumo", aquele produto que apresenta um visual agradável e atrativo tem um diferencial nas vendas. Nas lojas isso não é diferente. As vitrines, principalmente quando falamos sobre universo feminino, ajudam e influenciam na hora fisgar a consumidora e o consumidor em potencial. Por isso é preciso estudar o comportamento de seu público para interpretar alguns desses sinais de forma inconsciente no ponto de venda.

 

Pesquisas comprovam que as mulheres procuram diversos benefícios numa vitrine. No aspecto social elas procuram a auto-realização, encaixar-se em algum grupo social e até fazer inveja a uma "concorrente". No aspecto psicológico, buscam consolo na vida cotidiana e contemporânea, além de compensações de frustrações.

 

De acordo com a especialista Patrícia Rodrigues, proprietária da Vitrina & Cia (empresa pioneira há 25 anos em Visual Merchandising no Brasil), "o hábito da compra no perfil das mulheres está ligado a sonhos e ao inconsciente. Diferente dos homens que são, geralmente, objetivos na hora de comprar qualquer item, seja roupa, sapato e até no supermercado".

 

É possível destacar que a vitrine é a fase conclusiva de um processo que teve início muito antes, ela reflete a estética interna da empresa. Uma vitrine acentua grupos, traduz tendências de mercado e da moda numa linguagem tridimensional. É através dela que as mulheres veem a afirmação de uma tendência que já viu na TV, num desfile ou numa revista e está determinada a seguir.

 

Em muitos casos, este consumo da mulher é puramente consumista mesmo, pois o ato de gastar demanda a afirmação de que "eu posso", e funciona em esferas contrastantes, tanto pode comprar bugigangas de R$1,99 ou uma bolsa de 30 mil reais.

 

A sociedade contemporânea tem um grupo compulsivo que cresce no mundo, principalmente no Ocidente. 

 

Disponível em http://www.administradores.com.br/informe-se/marketing/estrategia-de-marketing-qual-o-verdadeiro-poder-de-uma-vitrine-sobre-a-mulher/35623/. Acesso em 14 jul. 2010.


EXERCÍCIO LÚDICO: CAÇA-PALAVRAS

DICAS

DIAGRAMA

SOLUÇÃO 

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Transtorno de identidade sexual na infância divide especialistas



Carolina de Andrade

 

Aos oito, ele mandou um e-mail para as pessoas da escola onde estudava (e sofria bullying) avisando ser "uma menina presa em um corpo de menino". E passou a se vestir como garota. Aos dez, disse à mãe que se mataria se começasse a "virar homem". Steve Meddle/Rex Features Jackie Green, primeira transexual finalista do concurso de Miss Inglaterra.

Aos 11, Jack teve uma overdose e fez outras seis tentativas de suicídio antes de completar 16 anos.

Como a lei inglesa não permite cirurgia de mudança de sexo antes dos 18, Jack foi operado na Tailândia, aos 16.

A história de Jack, que a rede de TV britânica BBC exibe hoje, mostra os contornos e as dores do transtorno de identidade sexual na infância. Jackie Green tem agora 19 anos, é modelo e foi a primeira finalista transexual do concurso de Miss Inglaterra.

A OMS define o fenômeno como o desejo, manifesto antes da puberdade, de ser (ou de insistir que é) do outro sexo. O termo "transexualismo" só é usado para adultos.

Não há estatísticas de incidência do fenômeno. Entre pessoas acima de 15 anos, estima-se que um a cada 625 mil seja transexual, segundo o psiquiatra Alexandre Saadeh.

De acordo com Carmita Abdo, do programa de estudos em sexualidade da USP, a experiência clínica mostra que só um terço das crianças com o transtorno serão transexuais.

Na visão da psiquiatria, transexualidade não é escolha, como querem alguns setores. Como psiquiatra, é claro que Alexandre Saadeh defende o diagnóstico de transtorno de identidade sexual na infância -- embora critique seu uso estigmatizante.

Professor da PUC-SP e coordenador do Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas de São Paulo, ele conta como a medicina caracteriza o problema, à luz das últimas pesquisas.

Folha - Como saber se a criança sofre de transtorno de identidade de gênero?

Alexandre Saadeh - Pode ser que a criança esteja só brincando de assumir um papel, o que é comum entre os quatro e os seis anos, faz parte do desenvolvimento. Para constatar o transtorno é preciso que o comportamento ocorra por tempo prolongado.

Quais são os indícios?                                       

Não é só o uso de roupas ou a criança se chamar por nome do outro gênero. Ela apresenta outros sinais: fica deprimida, irritada e agressiva se é obrigada a se comportar segundo o sexo anatômico. A necessidade de ser tratada como se fosse do outro gênero é constante. Muitas percebem que o comportamento incomoda os pais, aí o escondem. Os primeiros indícios surgem na infância, mas são raros os casos em que é claro desde o início se tratar de transexualismo. Nem toda criança com o transtorno fará cirurgia de mudança de sexo quando adulta. Mas todo transexual teve o transtorno. A criança deve ser avaliada por profissionais para evitar diagnósticos equivocados.

Quais são as causas?

Há evidências de que a diferenciação cerebral intrauterina pode ser influenciada por níveis de andrógenos [hormônios que desenvolvem as características sexuais masculinas] circulantes na gestação, o que pode gerar um cérebro masculino ou feminino, independentemente da anatomia já definida. Apesar da importância do ambiente e da cultura, não há evidências de como esses fatores se acrescentam aos fenômenos biológicos.

Quais são as alternativas após o diagnóstico da criança?

Pais e profissionais devem ajudar a criança a vivenciar o transtorno e, se for o caso, superá-lo; se não, a vivenciá-lo de maneira integral, sem censura. Não é fácil para nenhum pai ou mãe se adaptar a essa transformação, mas quando se pensa em respeito e aceitação pela diferença e por quem é de verdade o filho ou filha, fica mais palatável. No Brasil, a cirurgia só pode ser feita após os 21 anos, mas o uso dos hormônios pode começar a partir dos 18. Se tivermos certeza de que o adolescente já é um transexual, é possível tentar autorização junto ao Conselho Federal de Medicina para começar o tratamento hormonal antes.

Os efeitos do tratamento hormonal para impedir a puberdade são reversíveis?

Há a possibilidade de se bloquear o desenvolvimento das características masculinas ou femininas do adolescente, ou já fazer o tratamento hormonal específico para o gênero desejado. Alguns efeitos são reversíveis, outros não, por isso a controvérsia e a responsabilidade da indicação desse tipo de intervenção, o que aumenta mais a importância do diagnóstico. Sou a favor do bloqueio e do tratamento hormonal, já que impedem que a pessoa passe pelo sofrimento de desenvolver caracteres sexuais de seu sexo anatômico e não de sua identidade de gênero.

A visão do transexualismo como transtorno é unânime?

Para os [profissionais] que se preocupam em se atualizar nas pesquisas, é, sim. O problema é confundir transexualismo e homossexualidade ou tratar como doença mental. É um transtorno do desenvolvimento cerebral. As explicações psicológicas clássicas não conseguem mais caracterizar o fenômeno. As ciências humanas tendem a ser contra o diagnóstico e o consideram estigmatizante, do que discordo. Pode haver esse uso do diagnóstico, mas não é essa a finalidade.

Qual sua opinião sobre os movimentos pela "despatologização" do transexualismo?

Acredito no diagnóstico como delineador, não como estigmatizante. Como psiquiatra, não posso achar que o transexualismo seja questão de escolha. É questão de desenvolvimento embrionário, relacionada ao desenvolvimento cerebral na fase de diferenciação entre cérebro masculino e feminino.

Como vê o "gender-neutral parenting", essas tentativas de criar uma educação sem estereótipos sexuais, a exemplo de uma escola na Suécia que não usa "ele" ou "ela" para se referir às crianças?

A sociedade funciona com diferenciação de gêneros. A criança terá contato com os gêneros cedo ou tarde e isso pode gerar confusão.

Disponível em http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2012/11/20/transtorno-de-identidade-sexual-na-infancia-divide-especialistas.jhtm. Acesso em 29 nov 2012.


EXERCÍCIO LÚDICO: PREENCIMENTO TEXTUAL

DICAS

DIAGRAMA

SOLUÇÃO 




quarta-feira, 14 de setembro de 2022

O uso dos sentidos na retenção da informação

 

Armando Terribili Filho

 


Quem deseja aprender deve ter postura ativa e abandonar o modelo “pronto para consumo”, pois a construção de saberes é única, pessoal e individual. E quem ensina deixou de ter o monopólio do saber para se tornar o orientador da aprendizagem.

Tanto na área acadêmica como na empresarial é usual relacionar os percentuais 20-30-50 com a utilização dos sentidos humanos nos processos de aprendizagem. Diz-se que, em média, uma pessoa retém cerca de 20% daquilo que ouve, 30% daquilo que ouve e vê, e 50% do que ouve, vê e pratica. A teoria de que o nível de retenção da informação é maior quando se utiliza de forma integrada outros sentidos humanos parece óbvia, pois acrescenta-se a visão à audição e a outros estímulos mentais e motores.

Duas indagações são então procedentes: a primeira, se estes percentuais são realísticos; a segunda, se retenção de informação (memorização) significa aprender. Assim, ao atuar como professor na disciplina “O professor como pesquisador”, no curso de pós-graduação lato sensu de formação de professores para o ensino superior em universidade localizada na cidade de São Paulo, efetuei uma pesquisa em classe com duas turmas distintas, a fim de buscar algumas evidências.

Os alunos receberam um teste de retenção de informação com trinta palavras, que incluiu nomes de frutas, países, estados brasileiros, personagens históricos, festas típicas, brinquedos, materiais escolares etc. Durante a realização da pesquisa, das trinta palavras, dez foram somente faladas, dez foram faladas e tiveram sua imagem projetada em sala, e as outras dez foram faladas, tiveram sua imagem projetada e os alunos escreveram o nome da figura em papel de apoio.

Os grupos de palavras tinham grau de dificuldade similar e distribuição equivalente em termos de conteúdo. A sequência de apresentação das trinta palavras foi completamente aleatória. Passado um período de tempo, os alunos foram convidados a escrever em uma folha de papel todas as palavras que memorizaram.

Intencionalmente, para a primeira turma não foi explicado que os participantes deveriam memorizar o maior número possível de palavras. Os resultados indicaram 5% de retenção para as palavras que foram somente ouvidas, 10% para as ouvidas e vistas, e 45% para as ouvidas, vistas e escritas. Já na segunda turma, informou-se antecipadamente que o objetivo da dinâmica era memorizar a maior quantidade de palavras. Os resultados foram, respectivamente, 18%, 32% e 47%.

Na comparação dos resultados obtidos entres ambas as turmas, concluiu-se que a intenção da pessoa é fator relevante na memorização: o “querer” foi algo considerável, já que os índices da primeira turma ficaram aquém dos da segunda. Outra conclusão é que os 18%, 32% e 47% registrados na segunda turma são totalmente aderentes ao tradicional e disseminado modelo 20-30-50 – quanto mais sentidos e estímulos forem utilizados, melhor é a retenção de informação pela pessoa.

Este estudo foi baseado em memorização de informação, que não implica necessariamente em aquisição de saber. A informação é condição necessária ao conhecimento, mas não suficiente – ela deve ser interpretada, relacionada com conceitos já assimilados pela pessoa e gerida para que seja transformada em conhecimento. Isso vale para a área acadêmica e empresarial.

Aquele que quer aprender deve ter uma postura mais ativa, se envolver nas reflexões e abandonar definitivamente o modelo “pronto para consumo”, porque a construção de saberes é única, pessoal e individual. Por outro lado, quem ensina deixou de ter o monopólio do saber, cabendo a ele ser o orientador da aprendizagem da pessoa, incentivando-a e estimulando-a a pensar, realizar pesquisas e criar situações e ambientes que facilitem o processo de aprendizagem.


Disponível em <http://webinsider.uol.com.br/index.php/2008/09/04/o-uso-dos-sentidos-na-retencao-da-informacao/>. Acesso em 09 set 2008.  


EXERCÍCIO LÚDICO: VERDADEIRO/FALSO

DICAS/DIAGRAMA